terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cuia

CUIA
                                                                                    

O que o homem faz e Deus não fez?
                                                                                                                   A Cuia. Deus só fez a cabaça”

O “Teatro Romançal” projeto de pesquisa do NUPEC/OFICARTE parte do princípio da Cultura Popular Tradicional e dentro deste universo está presente a cuia, como objeto de transformação elaborada da natureza, como objeto de criação humana, pois a natureza fez a cabaça, o coité e o porongo, mas o homem fez a cuia.
A cuia na cultura afro-indígena-brasileira está presente na vida do homem, do nascimento á morte. Ela se apresenta como utensílio doméstico, como medida para cereais, como instrumentos musicais, adornos, artesanatos, brinquedos e como objetos de rituais.
Na busca por significados histórico-antropológicos, encontramos fortes referências dentro dos rituais da umbanda e do candomblé, onde a mesma é utilizada para as comidas e beberagens dos caboclos e orixás.
No campo simbólico a cuia se apresenta no espetáculo como útero-matriz-mãe, o universo cuia, a “Cuia dos Orixás” que segundo a tradição, cada ser humano possui no seu Ori e cada cuia é composta por 7 (sete) Orixás que governam 7 (sete) pontos energéticos do nosso corpo.
O espetáculo CUIA é uma síntese do trabalho de pesquisa sobre as Danças e Representações Tradicionais – Uma Busca na Construção do Ator-brincante. Esta busca tem nos levado ao encontro do que chamamos de “gesto primordial” ou “gesto arquetípico”, que por sua vez se transforma em “partituras gestuais” e na “dança orgânica”.
No espetáculo alguns conceitos se encontram e se fundem, criando o Universo Cuia: Centralidade, Núcleo, Ritual, Norte-Sul, Oriente-Ocidente, Brasilidade (afro-índio-brasileiro). CUIA é um espetáculo de Afetos que toca os 7 (sete) sentidos dos Atores-Espectadores: Olfato, Paladar, Audição, Visão, Tato, Intuição e Clarividência. É um ritual sensorial para celebrar a vida, um encontro com nossas raízes ancestrais.

Frank Lourenço


“Dotados de poderes especiais as cuias e cabaças (.) inteiras ou cortadas em partes, ocas, preenchidas ou envoltas em palhas e contas, lisas ou decoradas com incisões, todas tem seus donos na Terra e nos outros mundos, e constituem objetos prenhes de significados ritualísticos”.

Texto extraído da Exposição: Da Cabaça, o Brasil – Natureza, cultura, diversidade.

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